Dizer que o mercado de óticas está saturado soa como um discurso já antigo. Vira e mexe alguém repete a mesma frase: “tem ótica em todo lugar, como crescer em meio a tanta concorrência?”. Parece até impossível furar esse bloqueio, mas os dados atuais e milhares de histórias recentes apontam para outro cenário. No lugar de frustração, há oportunidade. Onde enxergamos multidão, existe espaço para quem sabe observar tendências, romper o padrão e atender melhor.

Nesta jornada, vamos passar por fatos, números e, principalmente, exemplos práticos de quem atravessou o mar vermelho da concorrência. E não só chegou do outro lado, mas floresceu. Se você pensa em abrir uma ótica ou já sente esse sufoco de disputar cada cliente, olhe com calma para cada ponto. Talvez tudo que falam sobre saturação seja exagero.

Por que será que sempre ouvimos sobre saturação?

Antes de olhar os fatos, vou arriscar um palpite. Acostumamos a ver óticas em cada esquina de cidade média ou grande. O setor cresceu nos últimos anos – e isso chama a atenção. Só que, muitas vezes, essa percepção não se traduz na realidade do que, de fato, é ofertado e consumido.

Concorrência não significa saturação. O consumidor pode até encontrar várias portas abertas, mas será que encontra o atendimento ou produto que procura?

“O mercado de óticas não está lotado. Ele está mal atendido.”

1. Números e dados recentes que surpreendem

Vamos direto ao ponto. Segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica) divulgada em 2023, o setor movimentou cerca de R$ 28 bilhões no último ano, crescendo quase 9% em relação a 2022. E esse movimento ainda foi puxado por fatores como a retomada econômica pós-pandemia e a descoberta, por novos públicos, da importância de cuidar da saúde visual.

Outro dado interessante: estima-se que cerca de 50% dos brasileiros precisem de algum tipo de correção visual. Só metade dessas pessoas realmente procura a ótica; ou seja, há um oceano de gente que nunca entrou em uma loja do ramo.

• O envelhecimento da população impulsiona a demanda.
• Novas gerações usam óculos desde cedo, seja por miopia, seja por moda.
• O acesso a exames e tratamentos está aumentando.

Se pensarmos assim, talvez o segmento não esteja tão disputado como dizem. Talvez apenas as estratégias estejam antigas demais.

2. O mercado tradicional ainda repete erros antigos

Sabe aquele velho balcão, com poucas opções e vendedor apático? Infelizmente, essa é a experiência de boa parte dos consumidores. A maioria das óticas repete fórmulas antigas: apostam nos mesmos produtos, ignoram atendimento personalizado e deixam de lado novidades que encantam o cliente.

O espaço existe porque boa parte do mercado faz tudo igual. Isso abre uma brecha valiosa para quem pensa diferente, seja inovando nos canais de venda, seja apostando em produtos menos óbvios.

“Onde todos competem, ainda há muitos querendo ser atendidos do jeito certo.”

Oportunidades pouco exploradas

• Segmentos infantis e teens: a maioria ignora esse público, mesmo com demanda crescente.
• Clientes da terceira idade: atendimento humanizado e produtos diferenciados ainda são raros.
• Óculos para atividades específicas: esportes, segurança, proteção digital e estilo.
• Atendimento digital: sites, redes sociais e venda online ainda engatinham para grande parte das óticas.

Isso só para citar alguns pontos. Quer destravar mais oportunidades? Veja nosso guia sobre estratégias de crescimento para óticas independentes e entenda o poder de olhar fora do tradicional.

3. Nichos de atuação mudam tudo

Seguir o rebanho pode não ser a melhor ideia. Nos últimos anos, óticas que focaram em nichos específicos tiveram resultados impressionantes mesmo em cidades lotadas de concorrentes. Parece contraditório, mas focar em poucos e bons clientes – ao invés de tentar agradar todo mundo – é o que diferencia lojas de sucesso das demais.

Quais nichos têm mais espaço?

• Moda e design: óculos autorais, estilos exclusivos e linhas ligadas à moda crescem acima da média.
• Atendimento mobile: óticas itinerantes que vão até o cliente, principalmente em cidades do interior ou bairros afastados.
• Segmentação etária: lojas especializadas em crianças, adolescentes ou idosos fidelizam mais fácil.
• Óticas digitais: vendas 100% online ou modelos híbridos, com menor custo fixo e entrega rápida.
• Público esportista: soluções de alta tecnologia para atletas ou entusiastas do esporte vêm crescendo.

Talvez, em cidades com 10 óticas, nenhuma delas atenda decentemente o público idoso ou foque no design diferenciado. Oportunidade escancarada para quem enxerga além do óbvio.

4. Demanda regional: como identificar e atuar

Abrir uma ótica sem olhar para as demandas da região é dar um tiro no escuro. Quem cresce em um ambiente concorrido geralmente sabe identificar desejos e necessidades locais – e age rápido.

Como mapear oportunidades regionais?

1. Converse com moradores: descubra se faltam lentes específicas, se há público infantil carente ou carência de laboratórios ágeis.
2. Observe comércios vizinhos: áreas próximas a escolas, academias ou hospitais são potenciais para óticas de nicho.
3. Pesquise concorrentes locais: veja o que eles não oferecem e onde clientes reclamam mais.
4. Analise comportamentos de compra digital: busque tendências de produtos mais procurados em sites e redes sociais regionais.

“Quem entende sua vizinhança, entende o futuro do negócio.”

Experimente visitar bairros fora do centro, converse com professores, líderes comunitários, donos de clubes esportivos ou de clínicas médicas. Eles saberão dizer o que falta e o que poderia ser melhor.

5. Exemplos reais: óticas que cresceram em mercados "lotados"

O que mais encoraja é ver, na prática, óticas principiantes crescendo até mais rápido do que franquias antigas. É talvez o argumento mais forte: saturação, nesse caso, parece só uma desculpa de quem não deseja inovar.

Exemplo 1: loja teen em cidade “cheia de óticas”

Mariana, empreendedora de uma cidade do interior de Goiás, abriu uma ótica com foco em produtos coloridos e atendimento personalizado para adolescentes. O público, até então ignorado, tornou-se fiel. Em seis meses, ela já tinha lista de espera para armações de marcas globais e parcerias com escolas. Sua reputação viralizou localmente: os jovens não só compravam, como levavam familiares para conhecer o espaço.

Exemplo 2: ótica digital em região metropolitana

Gabriel percebeu que, mesmo com mais de 14 óticas instaladas no bairro, nenhuma apostava em vendas online. Ele investiu em um site simples, cumpriu prazos de entrega e lançou promoções direcionadas para o CEP de seus clientes. Em pouco tempo, a loja física também ganhou mais movimento: parte dos clientes conheceu pelo digital e escolheu retirar na loja, facilitando o processo.

Exemplo 3: atendimento ao setor industrial

Uma pequena ótica de Minas Gerais decidiu oferecer óculos de proteção customizados para empresas do ramo industrial local. Com design, conforto e entrega rápida, a loja virou referência. Em poucos meses, o movimento subiu 30% – especialmente por indicações boca a boca.

Se quiser se aprofundar e entender cada detalhe do começo ao lucro, veja nosso conteúdo sobre como abrir uma ótica do zero, baseado em dezenas de experiências recentes.

6. Tecnologia e marketing: a dupla que desequilibra a concorrência

Não existia um setor óptico digital há alguns anos, mas agora a diferença entre óticas comuns e inovadoras é absurda. Sites interativos, atendimentos por WhatsApp, agendamento de consultas online, campanhas em redes sociais, fotos e vídeos atraentes – tudo isso virou requisito para as óticas que querem disputar clientes de verdade.

Estratégias de marketing digital que mais funcionam hoje

• Anúncios geolocalizados, focando bairros específicos, têm retorno rápido e barato.
• Conteúdo em vídeo e bastidores de produção geram engajamento autêntico.
• Parcerias digitais com influenciadores regionais valorizam a marca localmente.
• Chatbots e automações facilitam agendamentos, orçamentos e tiram dúvidas rápidas.

Um bom início é nosso guia completo de marketing digital para óticas, com exemplos, dicas práticas e roteiros de campanhas.

Já para resultados acelerados, uma abordagem de tráfego pago para óticas pode expandir o alcance da loja e antecipar lucros.

7. Fatores de sucesso para entrar – ou crescer – em mercados concorridos

Se saturação for apenas um medo, sucesso depende de algumas atitudes. Não existe fórmula mágica, mas certos comportamentos aumentam muito a chance de romper a barreira:

• Diferencie-se: fuja do feijão com arroz. Foque em atendimento, produtos inusitados ou modo de vender.
• Entenda profundamente seu público local: não copie concorrentes, descubra o que ninguém oferece.
• Cuide de cada contato: do “bom dia” ao pós-venda, encante seu cliente em todas as interações.
• Agilidade e inovação constante: vá atrás das tendências, teste, erre, ajuste e busque feedback.
• Aposte em parcerias: médicos, escolas, clubes e empresas locais ampliam seu alcance de forma rápida.
• Invista em treinamento e atualização: equipe capacitada transfere confiança ao cliente.

No fim, vencer a sensação de mercado lotado exige atitude. E, às vezes, um pouco de ousadia.

Se o objetivo for ir além da concorrência e lucrar mais, confira essas dicas práticas para ganhar dinheiro com ótica no cenário atual.

E quando o medo da concorrência é puro bloqueio?

Conheço várias pessoas que adiaram anos o sonho de comandar uma ótica por medo de parecer tarde demais. E, quase sempre, quando finalmente abriram, encontraram tanto espaço quanto nasci. Parece exagero, mas embarcar na onda do “mercado cheio” muitas vezes só esconde nossa falta de preparação, ou medo de errar.

“Sempre há espaço para quem faz diferente.”

Refletir sobre o que de fato assusta pode tirar o peso das costas. Um mercado cheio é também um mercado validado. Ele mostra que existe procura, mas talvez falte oferta inovadora, experiência encantadora e presença digital marcante.

O futuro do mercado óptico no Brasil

Olhando para tendências internacionais e hábitos de compra recentes, tudo indica que óticas locais seguirão crescendo nos próximos anos. E esse movimento não depende só de tamanho ou tradição, mas de adaptação rápida – ao cliente, tecnologia e novas formas de ver o mundo (literalmente).

Surpreenda-se: grandes marcas estrangeiras investem pesado, mas quem entende sua comunidade e ajusta o foco rapidamente costuma vencer as gigantes.

• Mercados menores vão virar referência em experiências personalizadas.
• Cidades de porte médio terão óticas especializadas para grupos nichados.
• Atendimento híbrido (loja + digital) será padrão.
• Produtos sob medida e coleções limitadas farão cada vez mais sucesso.

Quem se atualiza, aprende e arrisca, ocupa o espaço disponível – mesmo que ninguém acredite.

Resumo: por que a saturação no setor de óticas é um mito?

• Os números provam que só metade dos potenciais clientes efetivamente compram óculos.
• A inovação quebra padrões e conquista espaço até entre gigantes.
• Nichos e especialização são atalhos para o crescimento.
• Demanda regional e atendimento personalizável fazem toda a diferença.
• Tecnologia e marketing digital aceleram resultados.
• Exemplos reais de óticas mostram que há caminho mesmo nos cenários mais disputados.

“Mercado saturado? Só para quem faz tudo igual.”

Encare essa realidade com energia, observação e vontade de servir melhor. Talvez o maior concorrente seja o medo de inovar – não o número de portas abertas no seu bairro.